quinta-feira, 16 de maio de 2013

ODE A FAMÍLIA

Viajando
Viajando
Nos tempos da brilhantina
Grande figura
Minha mãe-avó Aspásia




O bigode



Minha Mãe Maria
O cara





QUERO UMA FOTO SUA


Eduardo e Ricardo

Solange e Carla

No Rio de Janeiro
Um chopp pra distrair




Eduardo e Moises

Soraya

Lai, e Ana Paula





FAMÍLIA

Estado de espírito
Ligação com a realidade
Estado de liberdade
Prisão
Corrente de elos compridos
Haroldo, Lai e Paulo
Mares e rios
Carla e tia Silvia
Montanhas e morros
Saudades e socorros
Aflição
Corrente sem elos
Ligação com a alma
Santos e demônios
Estado de alegria
Coração


Mãe Naria


Cate e Eduardo

Tia Silvia e Eduardo



Na fazenda Cate, Moisés e Ricardo
A cristaleira do tempo
Todos os Santos












Ricardo no sítio

Silvia, Eduardo, Litza, Igor, Luiza e Duda

terça-feira, 14 de maio de 2013

UMA HISTÓRIA DE HYPPE



Vendo Stella do avião
Lá vou eu mais uma vez



UMA OUTRA HISTÓRIA DE HYPPE


E essa história começa no verão de 1969 entrando em 1970, quando o movimento hyppe ganha força pelo mundo e como já falei em uma outra história, não seria diferente na Bahia dos “Os Doces Bárbaros” Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia criadores do Tropicalismo que foi um movimento musical que contribuiu para que os jovens brasileiros dessem um grito de liberdade e então houve um disbunde total, uma verdadeira  corrida a liberdade de expressão e bla, bla, bla...
Aproveitando esse verão eu e Ivo, um amigo da Vila Laura no bairro de Brotas, onde morávamos, fomos parar em Arembepe, uma vila de pescadores e um local paradisíaco no litoral norte de Salvador que se tornou um dos locais favoritos da malucada do mundo todo e que por incrível que pareça até hoje ainda resiste uma aldeia hyppe. Esse foi um verão especial para nós porque minha família havia alugado uma casa em Arembepe para passar o verão e logo descobriram que não foi uma boa coisa, pois não havia água encanada e nem eletricidade, fazendo-se necessário o uso de velas ou fifó e a água além de ser de cisterna tinha que ser bombeada manualmente, e como eu e Ivo nunca estávamos em casa, então da para imaginar o desafio para as mulheres fazerem esse trabalho. Começamos a nos enturmar com um grupo local e logo já estávamos formando uma banda, tendo o Giba que era o violeiro local, bigode se juntou com um bandolim, o gaúcho com um timbau, Ivo com um chocalho e reco-reco além de fazer voz comigo e eu cantava e enrolava com outra viola e era tão bacana e afinados a ponto de pensarem que nós éramos os Novos Baianos  (banda baiana com Moraes, Pepeu, Baby, Galvão e outros) e nisso era um tal de Preta Pretinha pra lá e Preta Pretinha pra cá e tome-lhe som. Nessa onda nós não tínhamos hora e nem local para dormir, acordar, namorar e etc., pois as praias, a vila e os bares eram cheios e nós entrávamos, nos encostando no balcão, pedia uma ou duas cervejas (grana contada) e jogava um “Preta Pretinha”...
- Enquanto eu corria assim eu ia...




 Janis Joplin estava lá
- lhe chamar, enquanto corria a barca...
- Por minha cabeça não passava, só, somente só...
 E pronto, tava armada a arapuca bastando o som acabar para ver espanhol, italiano, francês e gringos de todo tipo numa só voz:
- please man, not stop the music!!!!!!
Ao tempo em que eu arranhava um inglês respondendo: sorry my inglês my friend not have Money for more beer...
Nisso se ouvia vozes como um coral dirigindo-se ao dono do bar:
- Please man...  beer for the band.
E nessa não dava outra onde até o dono do bar já entendia e colocava o engradado do nosso lado  e o pau comia, tome-lhe som, e nisso nós cantávamos:
- Nêga, nêga, nêga de Obaluaê...
- Essa nêga tá querendo, nêga...
– Querendo me conquistar, nêga... perto dela sou criança...
E tudo isso a ponto do sol raiar e o dia nascer feliz,  o bar cheio sem que as pessoas quisessem se dispersar ou sair ou ir embora e quando já era dia bem claro saíamos e indo rumo a praia onde debaixo dos coqueiros parávamos para tirar um cochilo.
Com pouco tempo minhas tias não aguentaram o batido e voltaram para Salvador e nós, claro, ficamos na casa e para comemorar fizemos uma festa  que até hoje eu não sei como deu certo e de onde apareceu tanta gente nem como coube aquela quantidade dentro da casa, como também naquela Babel as pessoas conseguiam se entender já que parecia ter um de cada país do mundo, se bem que dias antes saímos fazendo a famosa “vaquinha” entre os gringos que foi crucial para o desenrolar do encontro e finalmente tudo deu certo, varando a noite com Pink Floyd, Leed Zeppelin, Bob Dylan e Caetano Veloso e Novos Baianos e haja cervejas e Vodka e conhaque, e vendo a pobre  radiola repetir o mesmo vinil, quando vez por outra um esbarrava nela e começava tudo de novo. Brincadeira à parte me aparece uma americana gorda com um rosto de artista de cinema, mais gorda, muito gorda e se apaixonou por mim e agora imagine eu magrinho com aquela gorda me abraçando, apalpando minhas partes íntimas e num repente já estava procurando um lugar para um colóquio amoroso e resolvemos entrar no barraco vizinho e como não conseguimos abrir a porta tentamos a janela e ao empurrar e abrir aparece um espanhol tipo gringo mesmo, alto, bem claro, olhos azuis e com uma nativa, baixinha, bem negra, o cabelo era uma verdadeira bucha de Bombril e vendo nosso intuito nos seguiu pulando a janela primeiro para depois sua pequena e quando a minha linda “gorda” se precipitou e tentou passar pela estreita janela, empacou nela sem conseguir sair e mesmo com a ajuda do espanhol na parte de dentro e eu do lado de fora não deu e digo a vocês foi uma crise de risos sem precedente acabando em tira-la toda arranhada e deixando o sexo para depois.
Voltando para a festa os amigos havia acertado nossa presença para tocar em um circo que havia chegado e aceitamos de cara e no outro dia fomos ver o tal circo que nada mais era do que um casal em uma casa com um menino e que juntos faziam uma performance muito louca e quando chegamos mau pudemos entrar, não só pelo tamanho pequeno da porta, quanto pelas pessoas que já se encontravam dentro e nós chegamos na sala que era onde acontecia o circo, nos encostamos em uma mesa reservada para nós e começamos a nos arrumar quando o cara nos pediu para levar um ritmo tipo rumba ou merengue, coisas desse tipo e nesse embalo começamos a enganar uma música no estilo quando entra a mulher do cara se requebrando com um maiô  rosa antiguíssimo e nas costas um laço grande em forma de borboleta e ela se requebrava fazendo essa borboleta também dançar e a galera foi ao delírio e para completar aparece um aloprado muito doido que fica se requebrando atrás da mulher numa dança muito doida quando de repente o marido ou seja lá o que for descontente com aquela cena, saca de uma arma e no meio da multidão dá um tiro para cima e aí “o bicho pegou”.  Ao ver aquilo, eu e Ivo nos escondemos debaixo da mesa e não sei como os outros se esconderam e começou a gritaria, a confusão foi generalizada, e era gente pisada, gente pulando janela, gente passando pela pequena porta e gente correndo e gritos até que chegou a polícia para resolver e acalmar os ânimos e nisso com nosso grupo refeito fomos comentar no bar que é lugar de corno.  
Foram vários acontecimentos engraçados nessa época, desde os namoros nas areias da praia onde se cavava buracos, nos deitávamos dentro e o couro comia como também as serenatas na aldeia e nos intervalos das músicas, ficávamos parados dentro d´água e algumas centenas de peixinhos iam se chegando, começavam a nos morder e todos aguentavam ao máximo até explodir em gritos frenéticos batendo na água, além da visita a “Casa do Sol” que era a única edificação de tijolo erguida sobre as dunas do lugar e não sei como foi construída ali mais sei que na varanda se reuniam dezenas de pessoas ao som de vários instrumentos se varava a noite até o amanhecer para se ver o sol nascer e nesse local eu tive a oportunidade de conhecer a Janis Joplin com alguns integrantes da sua banda. Foi um tempo bom, uma curtição  muito legal e conheci pessoas legais das quais o bigode que encontrei no dia 2 de fevereiro na festa do Rio Vermelho uma vez, o Giba fui ver em Arembepe mais estava pirado, o Ivo faleceu e os outros nunca mais tive notícias.


Ricardão no tempo do corno



Essa é velha


Esse era o banho

Hyppe de Maverick