quarta-feira, 29 de agosto de 2012

PRIMEIRA POSTAGEM "The First Post"

Minha primeira postagem será voltada para mostrar os contos que foram escritos no site da Magriça - a Notívaga e que relatam fatos vividos por mim e alguns amigos... estarão aberto a críticas e também a comentários saudáveis e prontos para debates daqueles que participaram.
Não será obedecido nenhuma ordem cronológica dos fatos e apenas tenho a intensão de mostrar como é Bom Viver algumas aventuras e guardar esses escritos para posteriormente escrever um livro.



Salvador , a terra de Xangô, Oxalá e Oxossi


Eu e Eduardo em Sampa


Viajando


As amigas de Belo Horizonte

UMA AVENTURA NO MAR.

Um belo dia fomos convidado para um passeio de escuna, eu e um colega de trabalho, Gilberto, e achamos a idéia magnífica. Fazer um passeio pela baia de todos os santos, de escuna,  com muita mulher a bordo, comida e bebida,  era esse o nosso pensamento, era tudo que queríamos.  Não contamos conversa, pagamos e esperamos a semana passar, e num belo dia de sábado, pleno verão, bem cedo o Gilberto me pegou e fomos até a Ribeira, um bairro da cidade baixa onde existe um ancoradouro de onde  saem as escunas fretadas para passeios. Como não conhecíamos ninguém, apenas a menina que nos vendeu os convites, ficamos esperando.        Gilberto todo de branco e sacola na mão, esperava mais ansioso que eu, e como chegamos bem cedo o jeito era esperar. Não esperamos muito até aparecer o primeiro grupo para uma das escunas e como não sabíamos qual seria a nossa, nos arrumávamos e Gilberto pegava a sacola, colocava no ombro e admirava as gatas passarem, loiras lindas e chiques, só que não era a nossa escuna, pois a menina conhecida não estava e voltávamos a sentar na balostrada e esperar. E não esperávamos muito, outro grupo aparecia com turistas em férias,  tudo muito bonitinho e mais uma vez não era o nosso grupo e a solução era continuar esperando.
Após uma longa espera, e dez escunas já haviam partido combinando com um o sol que castigava e já começava a incomodar, vem um grupo de um colégio que fez Gilberto levantar, só que este também não era o nosso, porém, logo atrás, uma batucada, uma galera do 'mau', farofa  na mão, bandeja de salgado, galinha assada, garrafa de batida, garrafa de pinga, e o sambão comendo no centro e na frente a menina que nos vendeu os convites e quando Gilberto a viu, mirou, conferiu, disse:
- Nessa eu não vou. Diga que eu não vim...
        E mergulhou embaixo dos bancos. Isso mesmo!, mergulhou embaixo dos bancos só que  não dava mais prá ficar incógnito devido ao seu corpo gordo e seu jeito no pescoço,  e tentou se esconder querendo pular o cais, só que foi tudo em vão, pois a menina já havia nos visto e o jeito foi embarcar na onda.
- Olá, venham conhecer o pessoal.
        E fomos apresentado a organizadora do passeio gente fina, como também ao resto da turma, umas vinte e cinco pessoas, e após a arrumação  embarcamos na escuna um tanto desconfiado e envergonhado. A princípio uma olhada no visual da baía vendo a velha Salvador, que  visto da cidade baixa, ainda mais de uma escuna  se afastando para o mar, ficava mais bonito e aos pouco mostrava seu corpo e diante de tão bela visão  estranhamos já estarmos ultrapassando outras escunas, e um cheiro de fumaça que aumentava e o grumete resmungava qualquer coisa vinda do piloto da escuna. Não demoramos muito a descobrir o fato: informaram que não haveria almoço para os dois, apenas alguns petiscos. E isso foi o suficiente para desencadear um pequeno  alvoroço e o piloto que mau começara o passeio já queria terminar.
        Chegamos rapidamente junto a outras escunas, repletas de gente, som, cervejas e alegria e nós não ficávamos atrás o sabão comia doido e a galera bebia e bebia e ao passarmos por uma das escunas cheias de gatas, dois malucos pularam no mar e nadaram em direção a esta e todos nós ficamos perplexos, pois estávamos em mar aberto e aguardamos resultado, que não foi dos melhores, pois não permitiram a subida deles na escuna e os dois voltaram apressados e nosso piloto começou a movimentar o barco e a gritaria começou até que jogaram uma corda e os dois subiram a bordo.
Tudo isso só fazia irritar o piloto que cada vez mais acelerava a escuna e o cheiro de fumaça aumentava, e a birita entornava e o sambão entoava e as meninas enjoavam e todos cantavam, até que derrepente uma briga se rompeu no meio da escuna e  a confusão estava formada, e aí um puxou uma faca!... outro gritava: olha a faca, olha a faca. E os dois que brigavam cercados pelo grupo do-deixa-disso corriam pelas laterais da escuna e esta deitava à medida que todos corriam e as ondas batiam, e corriam para um lado e uns gritavam: toma a faca. Outro falava: segura aqui. E outros riam e bebiam e comiam um pedaço de galinha e a briga ia para um lado depois para o outro
e a escuna virava, até que a zorra parou e vencidos pelo cansaço, pela birita e pelos que seguravam, os dois se separam e a briga acabou. Eu juro que até hoje não sei o motivo da briga como também não sei quem estava brigando.
        Após um longo percurso perseguindo as escunas, ultrapassando algumas delas e gritos daqui, gritos de lá, chegamos a uma localidade chamada Ponta de Nossa Senhora, onde já haviam algumas escunas ancoradas e ancoramos a nossa para que todos admirassem a paisagem e quem quisesse poderia dar uns mergulhos e ir até a praia tomar umas. Assim que foi jogada a âncora e a escuna se estabilizou a organizadora do passeio pulou na água e nós, eu,  Gilberto e nossa amiga ficamos esperando ela retornar do mergulho e a ajudamos a subir, quando esta nos olhou e sorriu, percebeu que estava sem uns dentes que caíram no mar e foi aquele rebuliço, e choro, e gritos, e consolo, até que não havia mais jeito e a solução era falar  e rir com a mão na boca, e bola prá frente.
        Eu, ao perceber a distância da escuna para a praia não fiquei muito entusiasmado, já que a água não é meu habitat natural e o mar estava revolto, além do mais,  experiências anteriores me deixam de orelha em pé. Mais não deu outra, e a galera começou a pular na água, e mergulhava, e gritava e ficavam excitados,  quando meu amigo Gilberto que já dava sinal da 'mardita' tá subindo a cabeça, resolveu subir no mastro da escuna para pular lá de cima...,  e subia, e o mastro balançava, e Gilberto ficava segurando com um braço só, e subia, e a escuna balançava, e fazia que ia pular, e a galera gritava: cuidado e nossa amiga gritava: desce daí meu filho e outros diziam: você vai cair daí porra!. Só que Gilberto conseguiu chegar ao topo do mastro e pelo visto não dava mais prá descer e a solução era mesmo pular. E se preparou. E após uma olhada, uma pensada, ele pulou.         Gilberto se precipitou num mergulho muito doido e de uma altura mais doida ainda, e houve aquele silêncio e olhares atônitos o seguiam pelo ar para vê-lo se espatifar na água e sumir. Os que estavam na escuna correram para a lateral e esperaram Gilberto aparecer este ficou alguns instantes no fundo e segundo ele tudo era escuro e não dava para visualizar nada, apenas um ponto claro e foi o que ele seguiu, se guiando  para chegar à tona e subir em busca de ar, gritando: Haaaaaaaaaaa!..., para a tranquilidade da turma ela estava bem.
        Depois dessa só tomando uma, e foi o que eu fiz. Olhei para a Ponta de Nossa Senhora, admirei a paisagem que é bela, fiz uma reflexão e comotodos já estavam lá o jeito era ir também, e fui!
        Me precipitei ao mar, de uma altura normal, é claro,  começando a nadar e como as ondas fortes me arremessavam para a terra o jeito era aproveitar e ir em frente. Cheguei e viva a diversão. Aí, lá para as tantas da tarde, já era hora de voltar  o mar não estava para peixe bravo, altas ondas e eu pensei: como encarar essa agora. Consegui chegar na escuna após nadar contra as ondas fortes, mesclando um nado cachorrinho com umas boiadas e umas batidas de braço e finalmente me ver livre do mar revolto. Subi na embarcação e fiquei aguardando o resto, pois já era uma cinco prá seis horas e já ventava muito. O piloto da escuna não era mais o mesmo e estava transtornado, possesso, e já havia ligado o motor forçando  todos a voltar e não deu outra, os ébrios e os meios sã se precipitaram ao mar e de encontro as ondas começaram a nadar e quando todos já se encontravam na escuna, dois personagens, não sei por que, após a escuna entrar em velocidade, resolveram pular outra vez na água e Tchibum!. Só que para surpresa geral o piloto começou a movimentar a escuna mais rápido, e foi indo embora e todos gritavam: espera aí!... homem ao mar. E sem dar atenção o piloto continuou e para surpresa maior de todos, o meu amigo Gilberto se preparou e atirou-se ao mar dizendo que ia salvar os outrosdois.
        E a escuna se afastava, todos gritavam, os três no mar se afastavam a ponto de ficarem visíveis apenas um ponto no mar. Então estava formada mais uma confusão. As mulheres numa crise de choro em cima do piloto,  os homens queriam almoçar o cara, e para aí, e faz a volta, e solta o barco salva-vidas e foi o feito - o barquinho ficou solto, a esmo.  A solução para o piloto foi fazer um giro, resgatar os personagens no mar,  apanhar o barco, e após mais essa retornarmos a caminho de Salvador.
        Quando a escuna entrou em velocidade de cruzeiro, anoiteceu e a embarcação, por azar mesmo, quebrou. Quebrou em alto mar e ficou a deriva, e anoiteceu, e ventava forte, e estava formada a zorra. O piloto jogou a âncora para estabilizar a escuna quando começou a chover forte, ventando muito e balançando a escuna como uma folha de papel obrigando a todos a se recolherem num único espaço coberto da escuna que era um quarto com banheiro e quando eu desci, este já estava lotado e para completar quebraram a porta do banheiro com uma pesada pensando ser um outro quarto e como não era o mau cheiro invadia o quarto só para completar a cena. Imaginem? presos numa escuna em alto mar, à noite, chovendo, ventando mais que ventilador, um frio de lascar, a escuna balançando que nem gangorra e com um sanitário a todo vapor.
        O tempo passava, as mulheres começavam a entrar no terror e todos já demonstravam cansaço, quando o piloto se dirigiu a mim informando que daria notícias à Capitania dos Portos através de um rádio de bordo e ao mostrar o rádio alguns se precipitaram sobre este no momento em que o piloto aplicava o código de comunicação dos rádios amadores para com a Capitania, cercando-o e querendo saber do retorno como também para matar a curiosidade. Meu amigo Gilberto a essa altura, já chumbado, convenceu o piloto de que sabia manipular o rádio e este de otário deu a ele o microfone e foi a maior loucura que eu já tinha ouvido: alô CPRM, (CPRM é a empresa que nós trabalhamos) alô, CPRM, - nove, três, quatro,... é dois, um, dois. Atento nove, três, quatro, aqui é dois, um, dois (estes são números código de chamada no rádio amador) e então a gargalhada foi geral inclusive dos que sofriam com a situação, porém por incrível que pareça uma voz ecoou do rádio - atenção aqui é o Loirinha  - câmbio. E foi aquele espanto, quando o piloto pegou o rádio e passou a informação da nossa localização e logo em seguida o Gilberto mais alguns malucos afobados pegaram o microfone novamente e começaram a retrucar a mensagem com coisas sem nexo e completamente fora do linguajar dos rádios-amadores. O rádio ficou mudo e a sacanagem em torno dele continuou sem resposta para desespero de todos e risos de alguns.         Paramos um tempo, a maioria recolhidos ao cubículo e alguns lá em cima, e eu havia arranjado uma amiga que me cedeu uma toalha para amenizar o frio enquanto olhava para os lados sem vislumbrar coisa alguma e confesso com um pouco de medo, pois o mar estava revolto e dava para perceber a fragilidade da escuna, a nossa fraqueza, a imensidão do mar, a grandeza da terra e o quanto Deus é maior que tudo. E foi Ele que, já muito tarde da noite nos mandou um reboque. Chegou outra escuna, jogando uma corda que o piloto amarrou na nossa e fomos rebocado de volta para a felicidade de todos. Resultado. A Capitania havia recebido um comunicado da escuna 'O Loirinha' que funcionava como um bar flutuante, informando que havia uma escuna quebrada e foram nos resgatar. Chegamos na Ribeira já meia noite, cansados e sem aquela animação inicial e fomos todos para as nossas respectivas casas.
        Uma coisa eu digo a vocês,   nunca mais entro numa dessas.
Autor(a): Ricardo Hagge
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