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UM
VELÓRIO ERRADO
Lá vamos nós, eu e Jackson, colega de
trabalho que durante muito tempo viajamos por esse Brasil e que as histórias
vividas serão relatadas em outros contos, para o deleite dos conhecidos e dos
que participaram das mesmas.
A questão nesse fato do velório, é que faleceu
de acidente de carro em Pernambuco, Estado onde estava trabalhando, um rapaz
baiano, jovem de 26 anos, cujo corpo foi transladado para Salvador e levado
para o município de Camaçari onde residia com esposa, filho e família.
Saímos de Salvador um pouco tarde e
fomos seguindo para Camaçari tentando chegar a tempo de encontrar as pessoas
conhecidas do Jackson na casa do falecido, já que eu não conhecia ninguém e fui
para fazer companhia e ele conhecia um pouco, apenas a esposa e uma quase tia
dela que também tinha ido de Salvador e ficou de encontra-nos por lá.
Parece brincadeira a trajetória
percorrida na cidade para encontrar o endereço que nos foi fornecido num
pequeno pedaço de papel, que dizia: POC 2 – Jardim 46; pegamos várias e várias
ruas e entradas e mais entradas e mais
perguntas, que resultavam naqueles famosos: é ali... siga adiante, dobre
primeira a direita, na sinaleira dobre a esquerda e pergunte outra vez que tá
perto... Fizemos isso várias vezes até finalmente conseguir chegar na casa do
falecido onde o velório já estava de saída para o cemitério e eu fique mais
afastado, já que não conhecia ninguém, como já havia dito, e o Jackson se
adiantou a procura da senhora conhecida que surgiu chorosa com lágrimas nos
olhos para logo em seguida receber um abraço caloroso do colega que também demonstrou
seus sentimentos abraçando-a e depois dirigindo-se à viúva que aos prantos
liberava seus sentimentos à flor da pele
e mostrando a camisa com a foto do esposo na frente e um trecho da música de
Tim Maia: Não sei porque você se foi... quantas saudades eu senti... e por aí
vai.
Bem!!!... como já chegamos
praticamente na saída do enterro, fomos seguindo o velório num engarrafamento
de matar e para aliviar o tédio parávamos e tomávamos umas cervejas, a fim de
aliviar a tensão, ajudar a vencer a confusão e diminuir a vontade de chegar,
até que finalmente conseguimos estacionar e entrar no cemitério, onde meu amigo
Jackson se adiantou para o meio da confusão que se formou em volta do caixão
que já estava sendo colocado na cova e as pessoas em volta jogavam flores e
cantavam Milton Nascimento:
- Amigo é coisa prá se guardar...
- Embaixo de sete chaves...
- Assim falava a canção.
O Outro lado da História
Entramos no cemitério, Jackson
juntou-se ao grupo que se formou em volta do falecido, começou a cantar, a
jogar flores sobre o cachão e a gesticular com as mãos para cima, acompanhando
a multidão que cantava uníssono e eu um tanto distante observava aquela cena e me
aproximando de uma moça que também observava de longe onde começamos uma
conversa sobre o enterro, e então eu disse:
Eu - Que tristeza essa morte tão rápida de um jovem.
Ela – Pois é... 26 anos e uma morte
trágica no acidente.
Eu – É a vida... e nela acontece de tudo.
Ela – E ainda por cima deixa o filho novo.
Eu – Para morrer “basta
tá vivo”, e que acidente horrível esse do rapaz!!!!!!!!
Aí, quando eu disse “rapaz”
ela retrucou:
Ela – Não é
rapaz não, é uma colega minha e que trabalhava nas Casas Bahia e sofreu um
acidente de moto em Arembepe.
Nessa o bicho pegou, pois estava meu
amigo cantando, jogando flores,
aplaudindo e chorando para o
defunto errado pois, eu na conversa com a moça descobrir o engano e que por
coincidência era também um acidente de uma jovem de 26 anos que havia deixado um filho
e essa história casava com a mesma do rapaz que fomos ver, e nisso eu entrei
numa crise de risos vendo Jackson no meu do velório, ao tempo em que
gesticulava chamando meu amigo que me olhava e não entendia o meu chamado e nem
meu riso, e a moça também sem entender me olhava com desprezo e se afastando,
me fez chama-la para dizer:
- moça, por favor, me desculpe, mais
meu amigo está no enterro errado e eu não conseguia parar de sorrir, não me
controlava e chamava Jackson e acabei por gritar:
- Sai daí zorra!!! Você está no
enterro errado
Uma cachoeira em Minas |