sexta-feira, 31 de agosto de 2012

NO FESTIVAL EM IBICARAÍ "SONHEI"



A praça de Ibicaraí

A loja da praça e a casa de Iara e Joara





Dia 2 de Fevereiro me viram




Ricardo Hagge, Ministro Waldir Pires e Deputado Javier Alfaya

Deputado Daniel Almeida e Ricardo Hagge



Não digo nada a vocês mais é verdade, cá estou eu novamente em Ibicaraí com a turma de sempre, Rodolfo, Péricles (bostinha), Nanado (black nana), Carlinhos, Paulo (forró), fazendo as serenatas com uma radiola cuja caixa de som era a própria tampa, alguns disco de “vinil” debaixo do braço, algumas garrafas de “rabo de galo” (fanta com pinga ou vodka), e só na paquera, indo e vindo da fazenda de minha tia Alda nos fim de semana para as festas no clube ou batizados e casamentos nos interiores vizinhos além das curtições rotineiras no “trecho” (o brega local) e na praça da cidade, quando surgiu um movimento para o Primeiro Festival de Música de Ibicaraí e então dá para imaginar a zôrra. Logo formamos um grupo denominado “O Terço” com eu, Rodolfo e Péricles e a música surgiu como uma bomba, pois um amigo e músico local tinha uma especial guardada a tempos e queria botar na rua  nos presenteando com a letra que seria a maior onda, a vencedora e então topamos.
Começa os ensaios e foram confeccionados panfletos com a letra da música e distribuídos pela cidade e os primos e amigos ligados fazendo a propaganda e nós ensaiando e distribuindo panfletos, arranjando torcida, e ensaiando exaustivamente até que chegou o grande dia do Primeiro Festival de Música de Ibicaraí. O mesmo foi no cinema local, que estava lotado, faixas na rua e um vai e vem sem precedentes, pois não é todo dia que tinha um acontecimento desses na cidade e havia de tudo um pouco como recital de poesias, grupo de danças e as canções, e um a um sendo chamados e nós na parte de cima do cinema ensaiando e bebendo e na expectativa e bebendo  até que sai a voz do microfone anunciando: Queremos convidar para se apresentar o grupo O TERÇO com a canção “Eu Queria Ser Livre”.
Olha, meus caros leitores, o bicho pegou, foi uma zoeira só, aplausos misturados com vaias e assovios, gritos e tudo que se possa imaginar, inclusive até confetes dos parentes e amigos quando subimos no palco e colocamos os instrumentos  e ao começar a afinar para nossa voz estes estavam dando choque e nada de dar certo ao tempo em que Péricles chiava e vieram os técnicos e Rodolfo batia nas tumbadoras e o público já impaciente gritando, nos deixando ainda mais nervosos  até que começamos a cantar e acreditem: EU ESQUECI A LETRA, ESQUECI A MÚSICA, ESQUECI TUDO, "Puta que Pariu"!!!!!!  deu um branco total e uma parte da plateia cantava e outra vaiava,  gritavam e juro por Deus... não sei como acabou.

 Sonhei que era livre

Eu, uma noite...
sonhei que estava livre
das guerras desse mundo...
E, um dia vislumbrei
Que era livre
e voava sobre campos fecundos.
Olhava nosso planeta e via
todo mundo igual
buscando cada um,
necta da vida...                                                                                      
Solange e Rodolfo
dígna vida...
Eu queria ser livre e ver
meu irmão feliz
cantar com igualdade
um canto de felicidade...
Eu queria mesmo
Era ser livre...
poder olhar e ver
nesse berço de esperança...
parar os carros na esquina
sem ter medo das crianças...
Eu que sempre penso ser livre
para poder mirar e olhar
nesse berço de ouro
o filho que nele dorme
Anos 70 na Escola Técnica
para o futuro despertar                                                        
viver, amar e gritar
eu sou a paz.
Agora, olhe e
Não diga mais...
Vou... acordar. 
Dedicado a: leitores do site
Publicado em 15/08/2001 06:49:55 -172 leituras

Taís, vereadora Vânia Galvão e Ricardo


Dona Telma Maravilhosa

Deputado Emiliano José, Márcia e Ricardo





O amigo Waldir Pires















SE EU TOMO UMA COCA-COLA ELA...



Valeu a pena Ruth e Valesca

A gatinha Adriene

Valeu Ruth
Vá devagar Day!!!!!

CHEIRO DE AMOR
Parece fogo
quando emana dessa mulher...
paixão.
quando emite um grito...
canção.
quando exala um aroma...
cheiro de amor.
E tudo brota como na terra...
Flor.
Por isso te digo menina.
Vem.
Deixa fluir o amor.
Vem, e deixa-me te amar.
Vem.
vem se apaixonar.
Deixa esse calor nos aquecer...
Entorpecer, embriagar
Pois
A vida é linda
O dia é belo
E a noite faz parte do meu sonho.
quando penso, que você me faz sonhar...
vejo em sua alegria mais um complemento
da beleza da Bahia...
Manhã e entardecer, morena.
sempre que se pode ver...
para enaltecer, mais essa terra.

só amando você.
Brinque com nós...
AUTOR: Ricardo Hagge



Turma boa











Hotel em Caeté-Minas Gerais

Coreto de Caeté - Minas

VIAGENS PELO BRASIL

Mercado Central-Belo Horizonte

Igreja em Minas


 
Alambique em Guarapiranga-SP


Em Belém Pará







Na Adega Estoril - Minas















Texto/poesia foi publicado no
site da Magriça! Obrigada!
Autor(a): Ricardo Hagge

OUTRO LADO

Apesar da festa
Apesar dessa toda cantoria
toda essa alegria
O momento é político...

Apesar da fé
Dessa caminhada a pé
Envolta nessa toda euforia.
O momento é crítico...

Apesar da beleza dessa terra
sugada, mal tratada, violentada e vendida
a qual chamamos Bahia.
O momento sugere, também reflexão.

Apesar da benção de Oxalá
nesse momento,
aqui ou no altar
onde se pede, onde se chora, onde se pára para rezar.
O momento é triste.

Apesar dessa riqueza
Dessa imensidão
O momento requer um pouco compaixão.
Talvez uma oração
Quem sabe até afagos de Iemanjá
Para um pouco entorpecer, um pouco acalmar...
Os necessitados, largados, esquecidos, doídos.

Apesar da alcova cheia, repleta de odores
Estão nos violando e violentados parcos riem
Aplaudem e pedem bis.
No momento, Senhorios, envoltos em grandeza
Não percebem na terra de Todos os Santos
Tristeza.

Turma maravilhosa de Minas





A dupla trabalhando em Minas

Apresentando trabalho em Manaus


     


Feira Hyppe em BH

Vai prá onde Mari???

PARECE BRINCADEIRA MAIS É VERDADE.

Voltando para boa terra-Salvador/Bahia  

O melhor lugar do mundo é aqui no Porto da Barra










UM CONTO DE 'SANTO'
Após o falecimento de meu pai, viajei várias e várias vezes para Vitória da Conquista, um interior no sudoeste do Estado da Bahia, a fim de tentar resolver alguns assuntos ligados ao espólio, e como viajar sozinho é um saco, principalmente quando se é mais jovem, sempre chamava um amigo para fazer companhia, e por diversas vezes, fomos, eu e Mário, um vizinho do bairro de Brotas, onde morávamos, e sempre nessas idas, chegávamos bem cedo como era de costume, pois fazíamos a viagem de ônibus noturno e logo na chegada já se ressentia do frio de lascar que faz em Conquista, ainda mais para quem é soteropolitano.
Certa vez, já na cidade fomos recebidos por um casal de advogados que na época estava à frente da questão, junto a estes, um outro casal, que segundo a estória, deviam uma certa quantia a meu pai e não queriam entrar em acordo com a concubina dele por questões de incompatibilidade e sim para nós por 'simpatia', e a quantia referia-se a um imóvel adquirido no povoado denominado “Choça”. Bem!, fomos convidados a ficar na casa desse casal e nos deslocamos para lá e logo ao chegarmos foi enorme a nossa surpresa pois a casa era um candomblé!!.... e não era um candomblé qualquer, e sim algo cinematográfico: uma casa grande com área maior ainda dividida em duas partes com um corredor no meio. Do lado esquerdo a parte da casa onde morava o casal e suas duas filhas, as quais, uma chamava-se Disneylândia e
a outra Islândia na parte do corredor havia uma loja, que pela vitrine via-se artigos de umbanda e onde vendia-se de tudo: imagens de santo, velas coloridas de todo tamanho, fitas multi-coloridas, colares de todo
tipo e cores, pó de pembas e livros para os diversos fins da seita. No lado direito era o salão do candomblé com uma área grande na frente, coberta de bandeirolas coloridas e enfileiradas no teto um altar no canto
com pequenas imagens de entidades do candomblé e de alguns santos, já no outro canto um palanque com os atabaques enfeitados com uma tira de pano branco amarrado e várias fitas coloridas penduradas.
Passando por esta sala entramos em uma ala onde havia no canto um cubículo de madeira bem pequeno com algumas frestas e dele exalava um ar quente abafado e por vez até mau cheiro, o que nos empurrou para outra etapa do local que era uma outra sala com um grande tapete no chão e pela aparência era o local onde se preparavam a mãe e filhas-de-santo para os festejos. Para completar, quando saímos dessa área encontramos uma pequena piscina rodeada com grutas e dentro destas havia estátuas de entidades como Preto Velho, Iemanjá, Oxossi, Omulu e Iansã, todas imitavam uma pessoa, tanto em altura como no aspecto físico, além de um colorido bem vivo nos olhos que até davam a impressão de estar nos vendo e ainda para
completar, junto à piscina havia uma construção de dois andares que era um pequeno hotel utilizado por clientes que vinham de longe fazer consultas e trabalhos que necessitassem de mais tempo, e para chegar ao segundo andar havia uma pequena escada de acesso, e colado ao primeiro degrau um pequenino quarto com um tridente no teto, o que dava a entender pelo aspecto que era o quarto de Exu.
Bem!, após passarmos por tudo, eu apenas observava e admirava sem me deixar levar pelo sincretismo religioso ou pelo medo do desconhecido, aguardando uma ressalva de meu amigo Mário que apesar de um tanto pasmo e admirado, também não refugou. Subimos a escada e nos deram um quarto bem localizado com vista para essa piscina, um terreno baldio no fundo e toda casa à frente. ///////////////////////
Após um banho, fomos convidados a almoçar em uma mesa farta e uma conversa longa e até agradável, o que nos fez conhecer melhor as pessoas e saber mais sobre Disneylândia, Islândia e uma vizinha (Cláudia) que apareceu de penetra só pelo fato de ter chegado duas peças novas na cidade, e já nesse encontro nos vimos, olhávamos furtivamente um para o outro, trocamos olhares com um certo flerte na hora de passar um prato ou o suco, e eu nesse momento já articulava, já sonhava, já imaginava mil e umas, pois em toda a mesa meu pensamento voltava-se exclusivamente para ela. Logo mais a noite, após um bom banho quente e o jantar, encontramos as meninas na área da piscina onde havia uns bancos onde sentamos e começamos a jogar conversa fora, e à medida que o tempo passava o flerte aumentou entre eu e Cláudia e com a cobertura de Mário que também já se engraçava com a filha mais velha, começamos a nos encostar, trocar uns beijos, carícias, e aos poucos nos separamos do grupo e já que não havia mais ninguém em casa, ficamos com mais liberdade para namorar. Após umas investidas mais ousadas convenci Cláudia a subir as escadas, mesmo com o galo na subida que tirava o apetite de qualquer um, insisti mais e conseguimos subir.
Olha, só Deus sabe, e é testemunha daquela pedaço de noite, afagos e carícias mil, mãos que adentravam o corpo de Cláudia, explorando sua silhueta, apertando suas nádegas e sentindo sua bunda macia, seu sexo, o
cheiro de amor e uns empurrões de momento, acompanhados de sussurros e as batidas de dois corações acelerados que interrompiam o silêncio do lugar e um pouco de ousadia levou-me a encostar meu sexo no dela e aos poucos fomos nos entregando e quando percebi já havia abaixado suas calças e ao vislumbrar sua calcinha preta desenhando seu corpo, tapando apenas seu sexo, pensei comigo mesmo: é covardia, pois é o meu fraco. Bem!... depois de forçar a barra, a penetrei e nos amamos, culminando num gozo delicioso e inesquecível e mesmo que rapidamente não faltou calor, desejo, e tenho certeza que assim como está em minha mente também deve estar em suas lembranças, e para finalizar fomos interrompidos pelo chamado das meninas, o que nos fez automaticamente colocar as roupas e fazer uma limpeza de cigano e nos arrumar apressadamente para logo em seguida descermos a escada e com a cara de quem havia visto fantasmas, nos
desculpamos e logo nos despedimos das meninas, subimos e fomos dormir ao tempo em que eu relatava para Mário que curioso perguntava detalhes sem perceber que nos havíamos usado sua coberta para nos limpar e só no outro dia quando o cheiro subiu é que Mário foi dar por fé da sacanagem, porém isso passou e acabou tudo bem.
Durante os dois primeiros dias, foram vários contatos com advogados, idas e vindas atrás de um monte de documentos e papeladas, necessários para compor o processo que se arrastava lentamente e o melhor era o contato com o casal de advogados, que prá maluco só faltava as penas e era gargalhadas mil. Como já estávamos enchendo o saco e não havia nada de concreto, o caso mudou de figura pois a mãe-de-santo achou que havia uma grande influência espiritual atrapalhando o andamento do processo e que era preciso fazer um trabalho grande para abrir os caminhos, e para apimentar mais a novela, o marido dela, num belo fim de tarde chegou em casa todo sujo, mais assustado que saci e com o carro todo brocado de tiro, dizendo que havia sido emboscado por alguns homens que queriam matá-lo e este ligou o fato ao nosso caso e com isso poder afastá-los do processo e isso causou um tremendo reboliço na cidade e um prato cheio para os jornais que na época cobriram o caso.
Bem!, aí, nós já ficamos assustados, pois já estava virando filme, e como Vitória do Desterro tinha uma fama de cidade da bala, onde tudo era resolvido no tiro, nós passamos a ficar mais tempo em casa e um tanto apreensivos. Logo, a mãe-de-santo nos abordou dizendo que iria contatar com os santos para receber ordens e poder preparar um trabalho para abrir as portas e uns banhos para nos dá proteção, eu apenas concordei e me admirava das idéias da daquela personagem, daí anoiteceu e fomos dormir.///////////////////////
No outro dia, acordamos, num frio de lascar e ao descermos a escada, grande foi o nosso espanto ao vermos, no tridente da casa de Exu, um galo enfiado, morto e o sangue escorrendo pelo teto da casinha e sobrava na escada por onde teríamos que passar e que a essa altura não dava prá voltar e tivemos que nos acostumar com a visão, o cheiro e as moscas, a cada vez que subíamos ao quarto e como o melhor remédio é rir, isso nós fazíamos pode ter certeza, pois nós ríamos de tudo e nisso o dia passou e fomos dormir mais cedo pois o frio já começava a incomodar, e nessa mesma noite, quando já era mais ou menos duas horas da madrugada, nós dois, mais enrolados que charuto, bateram na porta várias vezes até que acordamos e
então disse o tradicional: quem é!? - e responderam: - estão chamando vocês lá em baixo e eu questionei: mais a essa hora?. E responderam: - é rápido. É só para completar um trabalho.
Não tivemos outra alternativa e nos vestimos, depois nos enrolamos no cobertor parecendo duas almas penadas, só com o rosto de fora, aí abrimos a porta, olhamos para baixo e lá estava outro pobre galo executado e executando seu papel de bode expiatório nesse teatro da vida, representado por loucas unidades carbono e aí não contamos conversa, sorrimos um do outro, descemos e caminhamos até a última sala, aquela do tapete, e quando chegamos havia umas três mulheres vestidas de baiana com uma indumentária ricamente apresentada, com um branco ímpar, colares diversos e um tôço bem colocado na cabeça, além de estarem todas cheirosas, o que as enriquecia mais, e justamente nesse momento, para nosso espanto os atabaques começaram a rufar e uma música ecoou:
ai nhêm nhêm...
ai nhêm nhêm chorodô...
é o má, é o má,
fé fé...
chooooorodô...
ai nhêm nhêm...,
Se não era isso que cantavam, era assim que eu ouvia, e eis que sai de um quarto quatro moças vestidas de 'santo' (iansã, oxum, oxossi e ogum), todas juntas em fila executando um bailado acompanhando o som dos
atabaques, até que o repicar das varetas no couro mudou o tom da música e como se diz na gíria: o santo baixou, fazendo uma pirueta sobre um pequeno espaço na sala, nisso nós dois com olhos arregalados olhávamos tudo, e mais ainda o verdadeiro banquete espalhado sobre o grande tapete com comidas, bebidas e refrigerantes. Ficamos em pé olhando tudo e a todos e até sentimos um riso no rosto de algumas delas ao nos ver naquele estado, de pé enrolados, prostrados diante de todos, e logo fomos convidados a
nos sentar e chamados à atenção quanto aos sapatos, pois deveríamos tirar bem!, tiramos, nos sentamos e eis que aparece uma das personagem vestida de santo com uma galinha preta na mão, segurando-lhe pelas patas, executando uma dança um tanto macabra misturada com balé folclórico, corta-lhe o pescoço e a pobre galinha esperniava fazendo com que o sangue jorrasse sobre as comidas, salpicando sangue para todos os lados, e quando batia na tigela de arroz, branquinho, este ficava parecendo que estava de sarampo, e no macarrão parecia molho inglês, na farofa parecia pedaços de azeitona, no purê então, é melhor não falar, então, após acabar aquela cena, nós olhamos um para o outro, tiramos o cobertor que cobria o rosto e o corpo e 'caímos matando' para espanto de todos que não esperavam ou esperavam uma reação adversa. Mário tomou uma talagada de Bacardi, eu virei outra de Old Eigth, meti a colher no arroz, coloquei no prato junto com purê e farofa enquanto Mário já se tratava na galinha assada com macarrão e comíamos, e bebíamos olhando para elas pasmas e boquiabertas até que Mário de boca cheia de galinha com farofa, olhou dizendo: vocês não vão comer não!?... e houve aquele silêncio e juro por Deus que por pouco, muito pouco eu não tive uma das minhas crises de risos e daí duas das moças vestidas de baiana pegaram os pratos e aos poucos colocaram um pouquinho da farofa, sempre livrando o sangue e as outras deram um
jeito de escapulir permanecendo caladas, mais no fim deu tudo certo e abrimos a coca-cola e bebemos com grande prazer ao tempo em que elogiávamos a comida e as roupas das filhas-de-santo e toda essa conversa
era quebrada de vez em quando pelo ar carregado mau cheiroso que exalava da sala onde havia um quartinho de madeira, o qual servia para 'fazer o santo', segundo nos foi informado.
Acabamos toda aquela pajelança e já era hora de retornar para a cama e enquanto Mário ainda conversava com algumas das moças eu me adiantei e passando pelo quartinho, encostei nele e por uma das frestas olhei para dentro, senti um ar quente, abafado que vinha de dentro e vi o brilho de um olho que também me olhava e disse numa voz trêmula, cansada: - reze por mim!... Hora!, dei um pulo prá trás, engoli a seco a saliva, tratei de me enrolar no cobertor, chamei Mário e fui saindo de mansinho, apresando os passos e ao chegarmos no quarto relatei para Mário que ficou boquiaberto e queira voltar para ver, o que não foi possível pois o movimento ainda era grande e fomos dormir.
Já no outro dia, acordamos e começamos a comentar sobre o acontecido, descemos as escadas para o café e já havia outro galo espetado e este ainda dava sinais de vida, mas como já havíamos nos acostumado, não nos assustamos e fomos para a mesa. Após o café saí para refletir ao redor da piscina e grande foi minha surpresa ao ver uma figura de cabeça raspada, ainda trôpega, caminhando bem devagar, e que olhou-me com um pequeno sorriso e eu era uma grande interrogação, e sem dizer nada, apenas observando aquela mulher, jovem com pintas na cabeça, um tanto pálida, e sem mais, chamei Mário e fomos para rua.
Passou-se uns quinze dias e já sem muita esperança de algum resultado mais positivo, pelo menos por enquanto, pois a justiça em todos os casos é demorada e não é a toa que dizem: 'cabeça de juiz é igual a bunda de bebê', e nesse caso o juiz era uma bichona e já estava querendo me conhecer melhor, nós resolvemos voltar para Salvador, e sem falar também que o jornal 'A MANHÃ' já estava querendo notícias demais, passando a acompanhar o caso mais de perto, daí nós demos um tempo e voltamos para a realidade.
Autor(a): Ricardo Hagge

Isabela de olho no santo

Oxossi na cabeça







A turma de Brotas
Vista de Stella Maris maravilhosa
O filho Eduardo

A filha Lai linda


Vida Boa em Monte Gordo

         











Dona Telma

Tá na hora de acordar.



O Sol em Stella Maris







quarta-feira, 29 de agosto de 2012

PRIMEIRA POSTAGEM "The First Post"

Minha primeira postagem será voltada para mostrar os contos que foram escritos no site da Magriça - a Notívaga e que relatam fatos vividos por mim e alguns amigos... estarão aberto a críticas e também a comentários saudáveis e prontos para debates daqueles que participaram.
Não será obedecido nenhuma ordem cronológica dos fatos e apenas tenho a intensão de mostrar como é Bom Viver algumas aventuras e guardar esses escritos para posteriormente escrever um livro.



Salvador , a terra de Xangô, Oxalá e Oxossi


Eu e Eduardo em Sampa


Viajando


As amigas de Belo Horizonte

UMA AVENTURA NO MAR.

Um belo dia fomos convidado para um passeio de escuna, eu e um colega de trabalho, Gilberto, e achamos a idéia magnífica. Fazer um passeio pela baia de todos os santos, de escuna,  com muita mulher a bordo, comida e bebida,  era esse o nosso pensamento, era tudo que queríamos.  Não contamos conversa, pagamos e esperamos a semana passar, e num belo dia de sábado, pleno verão, bem cedo o Gilberto me pegou e fomos até a Ribeira, um bairro da cidade baixa onde existe um ancoradouro de onde  saem as escunas fretadas para passeios. Como não conhecíamos ninguém, apenas a menina que nos vendeu os convites, ficamos esperando.        Gilberto todo de branco e sacola na mão, esperava mais ansioso que eu, e como chegamos bem cedo o jeito era esperar. Não esperamos muito até aparecer o primeiro grupo para uma das escunas e como não sabíamos qual seria a nossa, nos arrumávamos e Gilberto pegava a sacola, colocava no ombro e admirava as gatas passarem, loiras lindas e chiques, só que não era a nossa escuna, pois a menina conhecida não estava e voltávamos a sentar na balostrada e esperar. E não esperávamos muito, outro grupo aparecia com turistas em férias,  tudo muito bonitinho e mais uma vez não era o nosso grupo e a solução era continuar esperando.
Após uma longa espera, e dez escunas já haviam partido combinando com um o sol que castigava e já começava a incomodar, vem um grupo de um colégio que fez Gilberto levantar, só que este também não era o nosso, porém, logo atrás, uma batucada, uma galera do 'mau', farofa  na mão, bandeja de salgado, galinha assada, garrafa de batida, garrafa de pinga, e o sambão comendo no centro e na frente a menina que nos vendeu os convites e quando Gilberto a viu, mirou, conferiu, disse:
- Nessa eu não vou. Diga que eu não vim...
        E mergulhou embaixo dos bancos. Isso mesmo!, mergulhou embaixo dos bancos só que  não dava mais prá ficar incógnito devido ao seu corpo gordo e seu jeito no pescoço,  e tentou se esconder querendo pular o cais, só que foi tudo em vão, pois a menina já havia nos visto e o jeito foi embarcar na onda.
- Olá, venham conhecer o pessoal.
        E fomos apresentado a organizadora do passeio gente fina, como também ao resto da turma, umas vinte e cinco pessoas, e após a arrumação  embarcamos na escuna um tanto desconfiado e envergonhado. A princípio uma olhada no visual da baía vendo a velha Salvador, que  visto da cidade baixa, ainda mais de uma escuna  se afastando para o mar, ficava mais bonito e aos pouco mostrava seu corpo e diante de tão bela visão  estranhamos já estarmos ultrapassando outras escunas, e um cheiro de fumaça que aumentava e o grumete resmungava qualquer coisa vinda do piloto da escuna. Não demoramos muito a descobrir o fato: informaram que não haveria almoço para os dois, apenas alguns petiscos. E isso foi o suficiente para desencadear um pequeno  alvoroço e o piloto que mau começara o passeio já queria terminar.
        Chegamos rapidamente junto a outras escunas, repletas de gente, som, cervejas e alegria e nós não ficávamos atrás o sabão comia doido e a galera bebia e bebia e ao passarmos por uma das escunas cheias de gatas, dois malucos pularam no mar e nadaram em direção a esta e todos nós ficamos perplexos, pois estávamos em mar aberto e aguardamos resultado, que não foi dos melhores, pois não permitiram a subida deles na escuna e os dois voltaram apressados e nosso piloto começou a movimentar o barco e a gritaria começou até que jogaram uma corda e os dois subiram a bordo.
Tudo isso só fazia irritar o piloto que cada vez mais acelerava a escuna e o cheiro de fumaça aumentava, e a birita entornava e o sambão entoava e as meninas enjoavam e todos cantavam, até que derrepente uma briga se rompeu no meio da escuna e  a confusão estava formada, e aí um puxou uma faca!... outro gritava: olha a faca, olha a faca. E os dois que brigavam cercados pelo grupo do-deixa-disso corriam pelas laterais da escuna e esta deitava à medida que todos corriam e as ondas batiam, e corriam para um lado e uns gritavam: toma a faca. Outro falava: segura aqui. E outros riam e bebiam e comiam um pedaço de galinha e a briga ia para um lado depois para o outro
e a escuna virava, até que a zorra parou e vencidos pelo cansaço, pela birita e pelos que seguravam, os dois se separam e a briga acabou. Eu juro que até hoje não sei o motivo da briga como também não sei quem estava brigando.
        Após um longo percurso perseguindo as escunas, ultrapassando algumas delas e gritos daqui, gritos de lá, chegamos a uma localidade chamada Ponta de Nossa Senhora, onde já haviam algumas escunas ancoradas e ancoramos a nossa para que todos admirassem a paisagem e quem quisesse poderia dar uns mergulhos e ir até a praia tomar umas. Assim que foi jogada a âncora e a escuna se estabilizou a organizadora do passeio pulou na água e nós, eu,  Gilberto e nossa amiga ficamos esperando ela retornar do mergulho e a ajudamos a subir, quando esta nos olhou e sorriu, percebeu que estava sem uns dentes que caíram no mar e foi aquele rebuliço, e choro, e gritos, e consolo, até que não havia mais jeito e a solução era falar  e rir com a mão na boca, e bola prá frente.
        Eu, ao perceber a distância da escuna para a praia não fiquei muito entusiasmado, já que a água não é meu habitat natural e o mar estava revolto, além do mais,  experiências anteriores me deixam de orelha em pé. Mais não deu outra, e a galera começou a pular na água, e mergulhava, e gritava e ficavam excitados,  quando meu amigo Gilberto que já dava sinal da 'mardita' tá subindo a cabeça, resolveu subir no mastro da escuna para pular lá de cima...,  e subia, e o mastro balançava, e Gilberto ficava segurando com um braço só, e subia, e a escuna balançava, e fazia que ia pular, e a galera gritava: cuidado e nossa amiga gritava: desce daí meu filho e outros diziam: você vai cair daí porra!. Só que Gilberto conseguiu chegar ao topo do mastro e pelo visto não dava mais prá descer e a solução era mesmo pular. E se preparou. E após uma olhada, uma pensada, ele pulou.         Gilberto se precipitou num mergulho muito doido e de uma altura mais doida ainda, e houve aquele silêncio e olhares atônitos o seguiam pelo ar para vê-lo se espatifar na água e sumir. Os que estavam na escuna correram para a lateral e esperaram Gilberto aparecer este ficou alguns instantes no fundo e segundo ele tudo era escuro e não dava para visualizar nada, apenas um ponto claro e foi o que ele seguiu, se guiando  para chegar à tona e subir em busca de ar, gritando: Haaaaaaaaaaa!..., para a tranquilidade da turma ela estava bem.
        Depois dessa só tomando uma, e foi o que eu fiz. Olhei para a Ponta de Nossa Senhora, admirei a paisagem que é bela, fiz uma reflexão e comotodos já estavam lá o jeito era ir também, e fui!
        Me precipitei ao mar, de uma altura normal, é claro,  começando a nadar e como as ondas fortes me arremessavam para a terra o jeito era aproveitar e ir em frente. Cheguei e viva a diversão. Aí, lá para as tantas da tarde, já era hora de voltar  o mar não estava para peixe bravo, altas ondas e eu pensei: como encarar essa agora. Consegui chegar na escuna após nadar contra as ondas fortes, mesclando um nado cachorrinho com umas boiadas e umas batidas de braço e finalmente me ver livre do mar revolto. Subi na embarcação e fiquei aguardando o resto, pois já era uma cinco prá seis horas e já ventava muito. O piloto da escuna não era mais o mesmo e estava transtornado, possesso, e já havia ligado o motor forçando  todos a voltar e não deu outra, os ébrios e os meios sã se precipitaram ao mar e de encontro as ondas começaram a nadar e quando todos já se encontravam na escuna, dois personagens, não sei por que, após a escuna entrar em velocidade, resolveram pular outra vez na água e Tchibum!. Só que para surpresa geral o piloto começou a movimentar a escuna mais rápido, e foi indo embora e todos gritavam: espera aí!... homem ao mar. E sem dar atenção o piloto continuou e para surpresa maior de todos, o meu amigo Gilberto se preparou e atirou-se ao mar dizendo que ia salvar os outrosdois.
        E a escuna se afastava, todos gritavam, os três no mar se afastavam a ponto de ficarem visíveis apenas um ponto no mar. Então estava formada mais uma confusão. As mulheres numa crise de choro em cima do piloto,  os homens queriam almoçar o cara, e para aí, e faz a volta, e solta o barco salva-vidas e foi o feito - o barquinho ficou solto, a esmo.  A solução para o piloto foi fazer um giro, resgatar os personagens no mar,  apanhar o barco, e após mais essa retornarmos a caminho de Salvador.
        Quando a escuna entrou em velocidade de cruzeiro, anoiteceu e a embarcação, por azar mesmo, quebrou. Quebrou em alto mar e ficou a deriva, e anoiteceu, e ventava forte, e estava formada a zorra. O piloto jogou a âncora para estabilizar a escuna quando começou a chover forte, ventando muito e balançando a escuna como uma folha de papel obrigando a todos a se recolherem num único espaço coberto da escuna que era um quarto com banheiro e quando eu desci, este já estava lotado e para completar quebraram a porta do banheiro com uma pesada pensando ser um outro quarto e como não era o mau cheiro invadia o quarto só para completar a cena. Imaginem? presos numa escuna em alto mar, à noite, chovendo, ventando mais que ventilador, um frio de lascar, a escuna balançando que nem gangorra e com um sanitário a todo vapor.
        O tempo passava, as mulheres começavam a entrar no terror e todos já demonstravam cansaço, quando o piloto se dirigiu a mim informando que daria notícias à Capitania dos Portos através de um rádio de bordo e ao mostrar o rádio alguns se precipitaram sobre este no momento em que o piloto aplicava o código de comunicação dos rádios amadores para com a Capitania, cercando-o e querendo saber do retorno como também para matar a curiosidade. Meu amigo Gilberto a essa altura, já chumbado, convenceu o piloto de que sabia manipular o rádio e este de otário deu a ele o microfone e foi a maior loucura que eu já tinha ouvido: alô CPRM, (CPRM é a empresa que nós trabalhamos) alô, CPRM, - nove, três, quatro,... é dois, um, dois. Atento nove, três, quatro, aqui é dois, um, dois (estes são números código de chamada no rádio amador) e então a gargalhada foi geral inclusive dos que sofriam com a situação, porém por incrível que pareça uma voz ecoou do rádio - atenção aqui é o Loirinha  - câmbio. E foi aquele espanto, quando o piloto pegou o rádio e passou a informação da nossa localização e logo em seguida o Gilberto mais alguns malucos afobados pegaram o microfone novamente e começaram a retrucar a mensagem com coisas sem nexo e completamente fora do linguajar dos rádios-amadores. O rádio ficou mudo e a sacanagem em torno dele continuou sem resposta para desespero de todos e risos de alguns.         Paramos um tempo, a maioria recolhidos ao cubículo e alguns lá em cima, e eu havia arranjado uma amiga que me cedeu uma toalha para amenizar o frio enquanto olhava para os lados sem vislumbrar coisa alguma e confesso com um pouco de medo, pois o mar estava revolto e dava para perceber a fragilidade da escuna, a nossa fraqueza, a imensidão do mar, a grandeza da terra e o quanto Deus é maior que tudo. E foi Ele que, já muito tarde da noite nos mandou um reboque. Chegou outra escuna, jogando uma corda que o piloto amarrou na nossa e fomos rebocado de volta para a felicidade de todos. Resultado. A Capitania havia recebido um comunicado da escuna 'O Loirinha' que funcionava como um bar flutuante, informando que havia uma escuna quebrada e foram nos resgatar. Chegamos na Ribeira já meia noite, cansados e sem aquela animação inicial e fomos todos para as nossas respectivas casas.
        Uma coisa eu digo a vocês,   nunca mais entro numa dessas.
Autor(a): Ricardo Hagge
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